GRAÇA
Ela me deixou suave, certeza do amanhã Me buscou nas trevas, buraco fundo Tirou-me a cegueira, colírio encantado O medo eliminou, das minhas entranhas. O mundo não tinha cor, sem cheiro, sem sabor Tirou o cinza da vida e colorido a deixou. Ela me tem transformado, metamorfose ambulante O temor é dissipado, como o metal no fogo, transformado O futuro longínquo é aguardado, observo além do horizonte O fim está próximo como a neblina da manhã, espero. O bem existe por ela, através dela, por causa dela Humano de coração peludo não a entende, sem graça O céu negro chora regando a terra, banhando a todos, sinal dela Pessoas de todos os tipos por ela são tocadas, generosidade dela Mas nem todos são transformados, embora sejam todos tocados. Ela é pedra no caminho e caminho das pedras É passagem apertada e também largo É via de mão dupla, mostrando a rota certa É o acesso ao infinito dentro do finito. Ela é presente imerecido, não pode ser conqu