GRAÇA

Ela me deixou suave, certeza do amanhã
Me buscou nas trevas, buraco fundo
Tirou-me a cegueira, colírio encantado
O medo eliminou, das minhas entranhas.
O mundo não tinha cor, sem cheiro, sem sabor
Tirou o cinza da vida e colorido a deixou.

Ela me tem transformado, metamorfose ambulante
O temor é dissipado, como o metal no fogo, transformado
O futuro longínquo é aguardado, observo além do horizonte
O fim está próximo como a neblina da manhã, espero.

O bem existe por ela, através dela, por causa dela
Humano de coração peludo não a entende, sem graça
O céu negro chora regando a terra, banhando a todos, sinal dela
Pessoas de todos os tipos por ela são tocadas, generosidade dela
Mas nem todos são transformados, embora sejam todos tocados.

Ela é pedra no caminho e caminho das pedras
É passagem apertada e também largo
É via de mão dupla, mostrando a rota certa
É o acesso ao infinito dentro do finito.

Ela é presente imerecido, não pode ser conquistada
Ela é dom, é convite é doação, é alegria, é vida
Ela sem mim não existiria, eu sem ela nada seria
Ela existe para me alcançar, me mudar, me esclarecer
Quando a rejeito fico sem muita coisa entender.

Invisível como o ar, mas pode ser sentida
Um dia todos saberão que ela esteve aqui
E o pouco de bondade que vemos na humanidade
É porque ela estava em nosso meio incansável.

Ela não tem vida própria, é serva de Deus, para servir a humanidade
Como poder contá-la, como ei de começar?
Anunciarei seu nome, ela se chama Graça.



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