DIÁLOGO COM CALVINO – DIÁLOGO #6 O SENTIMENTO RELIGIOSO É UNIVERSAL
Para
Calvino o ser humano ao ser criado já foi feito com uma disposição natural para
a divindade (Sensus Divinitatis), ainda que essa noção fosse limitada, Deus não
deixou de colocar em sua criação a noção de sua divina realidade. Além dessa
noção natural infundida no ser humano Ele ainda destila novas gotas de sua
realidade, continuamente, de maneira que todos tem em si mesmo o testemunho
interno de que Deus existe e que é o seu Criador, a despeito de toda essa
revelação interna, o ser humano não presta o culto devido a Deus e não consagra
a vida a sua vontade, por isso são indesculpáveis.
Calvino diz, que
como exemplo desse senso da natureza divina instilado na mente humana, podemos
ver os povos mais afastados da civilização humana, mesmo que sejam mais
retrógrados ou bárbaros, neles está profundamente arraigada à convicção de que
Deus existe. Mesmo entre povos mais civilizados está, persistentemente, no
interior de todos os seres humanos, esse pressuposto comum ao ser humano – Deus
existe, isto é, a semente da religião (reverência). O
pressuposto da existência da divindade está profundamente penetrado na mente de
todos os povos, seja este povo estulto ou culto.
Como entre todos os povos está explicito a existência de
uma busca pela divindade, fica claro para Calvino que existe “uma tácita
confissão de que no coração de todos jaz gravado o senso da divindade”, isso
fica evidente até mesmo na idolatria, visto que o homem cria imagens de deuses,
que pressupõe estar acima de si mesmo, para adorá-lo. Desde a criação do mundo,
entre todos os povos, em todas as culturas, não existe nenhum povo que
prescindiu da religião, nisto, está provado que no coração do ser humano está
tácito o senso da divindade, este senso está gravado no coração de todos
invariavelmente.
A
idolatria é uma evidência de que o senso da divindade está gravado no coração
do ser humano. O homem prefere render culto à madeira ou à pedra, [ou à
ciência], isso lhe parece ser melhor do que ser considerado alguém que não tem
nenhum Deus [os novos ateus tem colocado, muitas vezes, em posição de deus,
mesmo que inconscientemente, a ciência, o materialismo], essa busca por algo,
ou alguém acima de si mesmo, seja um deus ou a ciência, reflete quão
assombrosamente está impresso no coração do ser humano a busca pela divindade e
isso não desaparecerá da mente do ser humano, pois Deus os fez assim, de forma
que o ser humano sempre será quebrantado quando passar da sua altivez natural
para a adoração a Deus.
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